terça-feira, 9 de junho de 2015

O método finlandes para acabar com o bullying que está revolucionando a Europa


Transmitir valores como respeito, tolerância, amizade e bondade, deve ser uma prioridade no sistema de ensino. Conhecer esta iniciativa bem sucedida da Finlândia para lutar contra o bullying escolar.

O método finlandes para acabar com o assédio moral que está revolucionando a Europa

Um grupo de crianças encenaram uma situação de assédio moral Um grupo de crianças encenaram uma situação de escola.
O programa Kiva não só pára o bullying, mas também aumenta o bem-estar e motivação para estudar

Finlândia tem sido o ponto de referência para a educação em toda a Europa e agora também está tornando-se também um espelho no qual o continente está olhando para reduzir o bullying. Kiva acrônimo para Kiusaamista vastaan (anti-bullying) é um detalhe tomado programa de cuidados que o país nórdico está a fazer o bullying e cyberbullying parar em suas salas de aula. Implementado e em 90% das escolas de educação básica sucesso foi tão esmagador que contar ou não com este projeto e é uma exigência que muitos professores e alunos têm em mente ao escolher e avaliar uma escola onde trabalhar ou estudar.

Depois de uma década sem eliminar os casos de bullying e cyberbullying entre os estudantes, chegou um momento quando o então ministro da Educação, Antti Kalliomäki, considerou seriamente a resolução do problema e falou a um grupo de pesquisadores da Universidade Turku, que tinha 25 anos estudando as relações entre as crianças. Um ano depois, em 2007, ele iniciou o programa Kiva, financiada pelo próprio Governo, e desenhado por esta equipe.

Os casos de bullying desapareceu em 79% das escolas e diminuiu em 18% dos casos de bullying desapareceu em 79% das escolas e foram para baixo 18%
"O projeto foi colocado em movimento aleatoriamente em escolas finlandesas", diz Christina Salmivalli, professor de psicologia na Turku e um dos criadores do Kiva. A universidade conduzida alguns anos mais tarde, um estudo para avaliar a forma como o programa se desenrolava. Os resultados foram espectaculares. "Foi o maior estudo na Finlândia. Eles envolveu 234 centros em todo o país e 30.000 alunos entre 7 e 15 anos. Kiva havia reduzido todos os tipos de assédio nas escolas. Os casos de bullying desapareceu em 79% das escolas e caíram 18% ", explica o professor.

Abaixo de 40% no primeiro ano

Apenas um ano de implementação os pesquisadores descobriram que, em alguns cursos assediado o número de crianças caiu ainda 40%. Mas também trouxe descoberta surpreendente de que "escola Kiva também aumenta o bem-estar e motivação para estudar, ao diminuir ansiedade e depressão", diz Salmivalli.

Ao contrário de outros modelos que se concentram exclusivamente na vítima e no agressor ", Kiva tentar mudar as regras que regem o grupo. Dentro do grupo esto os outros, essas pessoas não assediam, eles observam, eles são testemunhas, são os que riem. Através da comunicação não-verbal que transmite a mensagem de que é apenas diversão ou é bom, mesmo se eles têm uma opinião diferente. Não há necessidade de mudar a atitude da vítima, para ser mais extrovertido ou menos tímida, mas sim influenciar testemunhas. Não se envolver em atos de bullying,  isso gera a mudança da atitude do agressor. O objetivo é aumentar a conscientização sobre a importância das ações do grupo e ter empatia, defender e apoiar a vítima. "

O programa

E assim que segue no programa. Os alunos recebem uma pontuação de classes 7, 10 e 13 anos para reconhecer as diversas formas de assédio e melhorar as relações. Há dez lições e trabalhos realizados ao longo do ano lectivo no respeito pelos outros, a empatia ... Material característica: manuais para professores, jogos de vídeo, uma intone virtuais, reuniões e conversas com os pais .. . "Nós percebemos que muitas vítimas infantis não denunciam. Então, nós adicionamos uma caixa de correio virtual. Desta forma, pode reclamar se eles são vítimas ou testemunhas e ninguém sabe ", diz Christina Salmivalli. Para se ter uma idéia, o Kiva Watchers afirma que o uso recreacional coletes reflexivos para aumentar a sua visibilidade e para lembrar os alunos que a sua tarefa é ser responsável pela segurança de todos.

Em cada escola há uma equipe Kiva, que consiste em três adultos que são colocados para trabalhar, logo que tenha conhecimento de um caso de bullying ou cyberbullying no centro. «Primeiro ato como um filtro para reconhecer se um assédio ou blip sistemática. Em seguida, reunir-se com a vítima para dar apoio, ajuda e segurança. Eles também falar com os valentões que fica ciente de suas ações e mudança ", diz ele.

O professor Salmivalli está lançando o programa em outros países e buscando parceiros para  estendê-lo. O projeto já ganhou reconhecimentos internacionais e tem sido exportado para o Reino Unido, França, Bélgica, Itália, Suécia, Estados Unidos ... também proporcionando resultados muito animadores. Verificou-se que a intimidação diminuiu entre 30 e 50% nestes países durante o primeiro ano de aplicação Kiva. Na Espanha, algumas escolas e organizações já manifestaram interesse por esta iniciativa. "Nós não podemos frequentar as escolas ao redor do mundo que escrevem para nós individualmente. O professor conclui que em cada país existe uma organização para estender o projeto com parceiros locais para fornecer investimento para traduzir o programa para pagar o desenvolvimento de licença Kiva e salário de um coordenador internacional ".

fonte: http://www.diariovasco.com/

policia.cat no facebook

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Violência contra os professores não pode ser vista como normal


Professora de Franco da Rocha, SP, vítima de violência de alunos o Brasil está em primeiro lugar no ranking de violência contra professores divulgado pela OCDE. Será que os pais dos estudantes têm consciência da gravidade desse resultado e do que ele significa para a educação dos seus filhos?

Por um lado, significa que nossas crianças e jovens estudam num sistema educacional cheio de falhas e ineficaz. Não adianta explicar a violência na escola só em função do entorno em que os alunos vivem. Isso conta, mas o fato é que o país não atualizou o ensino e, em plena cibercultura, mantém um modelo educacional do século passado.

Nesse sistema, o magistério é tão mal remunerado que não atrai talentos. Os que ingressam na profissão não recebem a preparação adequada, começam a lecionar sem experiência e têm dificuldade para conquistar os estudantes. Os alunos não se interessam pelo que é ensinado e a didática não é atraente. Ficam desmotivados, hiperativos, indisciplinados.

Para controlar a turma, muitos professores tentam manter a ordem, o que, dependendo da forma, gera revolta. A sala de aula se converte num campo de batalha. Professores adoecem. Milhares abandonam a profissão. Prova Brasil e Enem mostram que, a cada ano, poucos alunos aprenderam o que deveriam.

Ao mesmo tempo, esse desonroso resultado também significa que muitos jovens não estão aprendendo, em casa, aspectos básicos para o convívio social, como urbanidade, respeito, cortesia, civilidade. E estão aprendendo pouco sobre o valor da educação.

Na Coreia do Sul, o índice de violência relatado pelos mestres é zero. Isso não acontece apenas porque o país valorizou a carreira docente, mas sobretudo porque em casa, desde cedo, as crianças aprendem a importância da escola e o respeito pelos que ensinam.

É verdade que esse fenômeno não ocorre só no Brasil. Por exemplo, no México, a Comissão Nacional de Direitos Humanos e o Sindicato de Trabalhadores da Educação acabam de lançar um documento que adverte sobre a violência que os professores vêm sofrendo por parte dos alunos, citando: ameaças, insultos, roubos, danos a seus carros, bullying pela internet, empurrões, socos. Fatos similares ocorrem na Argentina, Espanha, Uruguai, por citar alguns. Isso não deveria ser um consolo. Alguns estados brasileiros passaram a colocar policiais dentro das escolas. Essa não deveria e não pode ser a única solução possível.

Pobre do país que despreza seus próprios mestres. Serão os tablets a solução mágica? Recursos tecnológicos armazenam muitos conteúdos, mas não podem ensinar valores, promover posturas de vida, formar agentes de mudança social.

Se os pais brasileiros desejam uma educação de qualidade para seus filhos, não deveriam lidar com agressões contra professores como se fosse normal. A violência crescente contra os mestres é sinal de colapso iminente no sistema educacional. Os pais precisam se envolver nas discussões sobre as melhorias necessárias nas escolas. Acompanhar a implantação do Plano Nacional de Educação. Seja qual for o candidato eleito, cobrar uma gestão qualificada da rede escolar. A cobrança da sociedade pode conquistar políticas educacionais mais continuadas e efetivas.

Os pais que têm filhos em idade escolar deveriam ficar atentos ao exemplo que dão quando falam dos mestres. Não tirar a autoridade deles na frente das crianças. Isso não significa que os estudantes precisam obedecer cegamente, eles sempre devem expressar o que pensam. E os pais sempre podem apresentar queixas na escola. Mas precisam ensinar uma postura de colaboração na sala de aula. Dos gestores escolares, exigir que o professor seja bem preparado, competente e valorizado.

É nas crianças e nos jovens em formação que está o país que podemos ser.  Mas não se enganem, é urgente: antes, há que cuidar de quem os forma.

Foto: Professora de Franco da Rocha, SP, vítima de violência de alunos (Reprodução/TV Globo)

fonte: http://g1.globo.com/educacao/blog/andrea-ramal/post/violencia-contra-os-professores-nao-pode-ser-vista-como-normal.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Denise Machado Moraes.
Apreciação do texto: A PERTINÊNCIA DA TEORIA DE PIAGET PARA COMPREENDER OS PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Emilia Ferreiro e Ana Teberosky; trad. de Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso. Porto Alegre : Artes Médicas, 1985. (p.25-32)

O texto “A pertinência da teoria de Piaget para compreender os processos de aquisição da leitura e da escrita”, destaca as lacunas existentes na literatura sobre a aprendizagem da língua escrita, apontando que existem basicamente dois tipos de trabalhos: os que visam difundir uma ou outra metodologia como sendo a solução para todos os problemas; e os trabalhos que listam as capacidades ou aptidões necessárias envolvidas nessa aprendizagem; nos trazendo a reflexão e apontando novas formas de ver o processo de alfabetização.
Quanto as teorias dedicadas a estabelecer a lista das aptidões ou habilidades necessárias para aprender a ler e a escrever, o autor do texto as vê como insatisfatórias, pois estas veem o sujeito da aprendizagem quase como um objeto, onde se o objeto esta bem, o mesmo esta apto a aprender a ler e a escrever, ou como o próprio texto refere: “se tudo vai bem, também a aprendizagem da lecto-escrita vai bem.” Aí o autor contrapõem esta visão de sujeito como mero receptáculo de informações, onde ele espera passivamente que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele, por um ato de benevolência; ao sujeito que a teoria de Piaget nos apresenta, que é um sujeito cognoscente, que busca adquirir conhecimento, que procura ativamente compreender o mundo que o cerca, e tenta responder os questionamentos que este mundo provoca. Ou seja um sujeito que aprende através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo.
O texto também critica as teorias atuais onde os sucessos da aprendizagem são atribuídos aos métodos e não ao sujeito que aprende, o que segundo o autor seria inaceitável, pois é inato a criança começar a classificar, e ordenar os objetos de seu mundo cotidiano. O que a meu ver é simplesmente afirmar que todo ser humano é capaz de aprender, e construir o conhecimento, pois toda criança é curiosa e avida por aprender, porém esta supervalorização de métodos e formulas pré-fabricadas para o aprendizado, que muitas vezes desestimulam a criança, que de certa forma não vê sentido, num processo burocrático de ensino.
Ainda neste sentido, o texto faz um paralelo entre o aprendizado de cálculo elementar e lecto-escrita; onde Piaget em seus estudos, sobre a aquisição das noções numéricas elementares desconstrói a concepção da ”matemática da primeira série”, alegando que o pensamento lógico é inato a criança, não necessitando adquirir os instrumentos que lhe serviriam para mais tarde adquirir outros conhecimentos. Questionando por analogia até que ponto é sustentável a ideia de que se tem de passar pelos rituais de “ma-me-mi-mo-mu” para aprender a ler? E qual é a justificativa para se começar pelo cálculo mecânico das correspondências fonema/grafema para então se proceder, e somente então, a uma compreensão do texto escrito?
Neste aspecto em questão o autor percebe uma prática pedagógica bastante dissociadora, onde muitos docentes são piagetianos na hora da matemática, e associacionistas na hora da leitura. Criando uma dicotomia nas concepções de aprendizado na própria criança, onde uma hora a criança é vista como criadora, ativa e inteligente, e outra como passiva, receptiva e ignorante.
O texto menciona ainda que na teoria de Piaget, o conhecimento objetivo aparece como uma aquisição, e não como um dado inicial. Aquisição esta que possui um caminho não linear, onde não nos aproximamos dele passo a passo, juntando peças de conhecimento umas sobre as outras, mas sim através de grandes reestruturações globais, algumas das quais são “errôneas” (no que se refere ao ponto final), porém “construtivas” (na medida em que permitem acender a ele), sendo esta noção de erros construtivos é essencial.

Diante dos argumentos expostos no texto, posso afirmar que as analogias feitas quanto a aplicação da teoria de Piaget no ensino-aprendizagem da leitura e da escrita, são bastante pertinentes, pois acredito que o educador também é um eterno aprendiz, possuindo também a necessidade inata de se questionar, aprender, e reformular seus saberes e convicções. E que o ensino não deve ser entendido como um conjunto de fórmulas e métodos burocráticos, destinados a doutrinar os alunos, para reproduzirem um conjunto de conhecimentos decorados, e que sim o foco do ensino deve ser o aluno, e suas habilidades inatas de aprender, criando e recriando meios, que estimulem a curiosidade e sede de saber do aluno, possibilitando que este construa um conhecimento que lhe faça sentido, e tenha significância em seu mundo.

Autora: Denise Machado Moraes